COMUNICAÇÃO (E EDUCAÇÃO) EM PROGRAMAS DE REURB
A IMPORTÂNCIA DE UMA COMUNICAÇÃO INCLUSIVA (SE, REALMENTE, ESTIVERMOS FALANDO DE UM PROJETO SOCIAL) EM UM PAÍS ONDE 3 EM CADA 10 BRASILEIROS SÃO CONSIDERADOS ANALFABETOS FUNCIONAIS
Giovanni Weber Scarascia (*)
A comunicação e suas estratégias permeiam toda e qualquer ação humana, seja para o bem ou para o mal. Recentemente, o aumento de programas municipais na área de regularização fundiária de interesse social acende uma preocupação concreta: como o público beneficiário (brasileiros de baixa renda) está sendo informado em relação a seus direitos e deveres como um proprietário de direito do imóvel onde reside.
Os movimentos e experiências são muitas e estão largamente ativas em todo o Brasil. Por se tratar de um projeto com ênfase social, os programas de regularização fundiária de interesse social devem ter um eixos norteadores de suas metas ao menos cinco pontos fundamentais:
- Empatia
- Verdade
- Transparência
- Segurança na informação
- Compromisso social
O Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf) e o Instituto Paulo Montenegro trouxeram números relevantes, porém preocupantes. Tendo como base o ano de 2018, o Inaf aponta que 3 em cada 10 brasileiros são considerados analfabetos funcionais e somente 1 em cada 10 possuem proficiência (leem, analisam e interpretam corretamente um texto).
Se transportarmos essas informações para o cotidiano das empresas e instituições que trabalham na área de regularização fundiária atualmente pode-se entender que a comunicação é um suporte fundamental para o sucesso do empreendimento ou programa, como queiram. Comunicar de forma adequada é entender que o beneficiário não é um número na planilha, mas uma família com sonhos, direitos, deveres e angústias.
Se o REURB dignifica as famílias de baixa renda ao regularizar o imóvel ao entregar-lhe a Certidão de um Cartório de Registro de Imóveis, mais digno ainda é conduzir o processo de ponta a ponta de forma empática, verdadeira, transparente, segura e compromissada socialmente.
Pode parecer romantismo, mas não é.
É respeito.
(*) Jornalista, bacharel em Direito, Especialista em Gestão de Projetos Públicos e Privados, CEO da empresa Desafio Social e Consultor Sênior do Instituto Brasil e do Instituto Manacá. Coordenador de projetos sociais nacionais e internacionais (União Europeia e Banco Mundial).