(EMPATIA 2) COMUNICAÇÃO, CREDIBILIDADE E O PARADOXO DAS REDES SOCIAIS

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Giovanni Weber Scarascia

Giovanni Weber Scarascia

Coordenador do Projeto REURB-S em Conceição do Mato Dentro e em Itatiaiuçu (MG), Especialista em Comunicação Inclusiva e CEO da empresa Desafio Social.
Giovanni Weber Scarascia

Giovanni Weber Scarascia

Coordenador do Projeto REURB-S em Conceição do Mato Dentro e em Itatiaiuçu (MG), Especialista em Comunicação Inclusiva e CEO da empresa Desafio Social.

Bastam poucos cliques para que nos deparemos com uma estranha realidade. Renomadas instituições do Brasil e do exterior têm divulgado sistematicamente números, índices e projeções que, de forma isolada tendem a refletir uma dada realidade, mas, quando lidos em conjunto com outros dados, desenham a realidade com cores mais complexas. E paradoxais.

Estou me referindo à informação, à comunicação e às redes sociais. Observem, não estou tratando de credibilidade…ainda. Dados de 2024, de fontes fidedignas, informam o que todos nós já sabíamos: o Brasil é um dos maiores consumidores de mídias sociais. Somente em redes sociais passamos 9h13min por dia. 87% da população brasileira está conectada às redes sociais, o equivalente a 187,9 milhões de usuários.

A pesquisa, divulgada em abril de 2024, pode ser acessada aqui.

Curiosamente, outras duas pesquisas divulgadas esse ano demonstram números e percentuais interessantes sobre a credibilidade das redes sociais. Vamos lá.

HÁ ALGO ERRADO?

A colunista Analice Nicolau (Jornal de Brasília) publicou, em junho deste ano, uma pesquisa da renomada iStock, gigante mundial de conteúdos visuais (imagens e fotografias) onde é revelado que 82% das pessoas não confiam completamente no conteúdo das redes sociais. Ainda, 51% das pessoas não confiam em absolutamente nada das redes sociais e 60% não acreditam nas plataformas de compras.

Esse trabalho pode ser lido parcialmente aqui.

AINDA TEM MAIS

Em agosto deste ano, a Valor publicou uma pesquisa da Fundamento Análises com apoio da Associação Nacional dos Editores de Revistas e do Instituto Palavra Aberta. Nela, dos 1.321 brasileiros entrevistados, 59% declararam não confiar em redes sociais e estas, por sua vez, apresentaram uma queda acentuada de credibilidade: de 30% (2023) para 14% (2024).

As informações da Valor podem ser acessadas aqui.

E DAÍ?

A pergunta que tento responder nesse cenário de amplitude horizontal aumentada (profundidade zero): se as redes sociais possuem tão baixa credibilidade, por que se investe tanto nelas?

Esse paradoxo das redes sociais impacta a comunicação e a informação transformando a realidade. Recentemente, o médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis declarou que “daqui a pouco não vamos saber o que é realidade”.

Essa declaração pode ser lida aqui.

COMUNICAÇÃO X CREDIBILIDADE

É exatamente nesta interseção que pretendo me situar: comunicação de projetos sociais x redes sociais x credibilidade. Como transmitir seriedade de propósito e credibilidade a um coletivo de pessoas que será beneficiado com a iniciativa em um mundo dominado pelas redes sociais?

Os primeiros passos para gerar confiança e, a partir daí, sedimentar a credibilidade certamente passam pela relação pessoal e pela introdução à cargo da autoridade âncora daquele espaço. Mas, as três condições da credibilidade não podem ser abandonadas à própria sorte e devem acontecer juntas: sinceridade (empatia percebida), desempenho e eficácia (Patrick Sharaudeau, 2006).

Estamos, efetivamente, cumprindo nosso papel em gerar uma comunicação que gere credibilidade?

Cada vez mais a empatia surge como o grande diferencial desequilibrando a balança a favor do verdadeiro trabalho social em meio a um mundo mergulhado em manipulações informacionais.

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